PENTECOSTALISMO X PENTECOSTES

Em uma de minhas buscas, li uma discussão sobre o que é “ser pentecostal”...

Não sei se minhas idéias são bem aceitas, mas como tenho o direito de falar, lá vai.

O termo Pentecoste vem do grego pentekosté, e significa o qüinquagésimo dia após a Páscoa. Atualmente comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja, por conta de Atos 1:14.

Para os judeus é uma festa de extrema alegria, porque era a festa da Colheita (Êxodo 23:16). Eu não sou judeu!

Eles faziam o dia de Ação de Graças por conta da colheita do trigo. Até os proseletistas faziam parte desta festa, em que eram oferecidas as primícias no tempo. Pentecostes quer dizer especificamente “qüinquagésimo dia”.

Neste exato dia, no 50º após a morte de Jesus, ou seja, no primeiro pentecoste depois da morte de Jesus, a Igreja recebeu o Espírito Santo, por meio da Comunidade Cristã que restou em Jerusalém, relatado em Atos 1, 13-14.  O dia deste “evento” do Espírito ficou sendo chamado dia de Pentecostes, mas pentecoste é uma data de Ação de Graças dos Judeus e não um dia que a igreja definiu como o “dia do Espírito Santo” e muito menos um “fenômeno típico dos cristãos”.

Já tem cristão por ai, pregando que até Jesus Cristo foi pentecostalizado, no dia do seu batismo, em que o Espírito Santo desceu em forma de pomba como está escrito em  Mateus “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele” (Mt 3:16).

Isso por acaso seria o “pentecoste de Jesus”?

Quanta ignorância... Jesus por acaso depois disso começou a falar em línguas estranhas? De forma alguma. Jesus nunca falou em línguas, mesmo sendo cheio do Espírito Santo. E muitas igrejas pentecostais afora tem como requisito falar em línguas, para ser batizado no Espirito Santo.

Não me recordo dentro da Cronologia da História de Jesus que o seu batismo por João tenha se dado por volta da época do Pentecoste. Ou seja, ele não foi batizado 50 dias após a Páscoa e nem na época da colheita ou da Ação de Graças dos Judeus.

Vamos para a Bíblia Atos 1:8, o que Jesus disse aos discípulos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” Então podemos chamar este “evento” de Virtude do Espírito Santo, assim fica mais claro o termo usado como “batismo com o Espírito Santo”

Vamos relembrar um fato curioso, que todos os cristãos desinformados, relatam quando falam de pentecostalismo, de quando este termo surgiu no meio evangélico, depois da reforma. Na rua Azuza em 1906, ou melhor vamos falar cronologicamente para não confundir a cabeça das pessoas:

Em 1904 – Avivamento de Gales  - cerca de 100 mil pessoas se uniram ao movimento pentecostal. Os cristãos se basearam em Joel 2, 28-29.

 O pastor da Primeira Igreja Batista em Los Angeles Joseph Smale, foi a Gales para testificar o acontecimento, quando voltou a Los Angeles, tentou inflamar um evento similar em sua igreja, porém teve pouca repercussão e daí saiu da Primeira Igreja Batista para fundar a Primeira Igreja do Novo Testamento, e não parou com os esforços de trazer um pentecostes para o meio evangélico na sua nova denominação.

Dai pra cá surgiram muitas outras tentativas de avivamentos, em Minnesota, Carolina do Norte e até no Texas!!!

Em 1905 descobriu-se que falar em línguas era sinônimo de uma nova vida com Cristo, e esse modismo se espalhou por todo os Estados Unidos que fervorosamente oravam por avivamentos.

Só uma ressalva: Jesus, já havia recebido o Espírito Santo... sem Pentecoste!

Em 1909 – Avivavemento em Azuza - A Rua Azuza em Los Angeles, Califórnia, viveu um avivamento bem maior que os anteriores, encabeçada pelo pregador negro americano J. Seymor (William Joseph Seymor). Esta foi uma “reunião do avivamento pentecostal”, que aconteceu em 14 de abril de 1906, em um prédio da Igreja Metodista Africana. A grande novidade deste evento é que o “falar em línguas estranhas” passou a partir daí a se propagar para as demais igrejas;  Este evento foi o que fixou o pentecostalismo na Igreja do seculo XX, e como é um pouco escandaloso e nada ortodoxo para o ano, foi muito criticado e ainda é questionado nos dias de hoje.

Em outras palavras: Não tem nada haver “Pentecostes” com o “avivamento da rua Azuza”, mas infelizmente atrelaram uma coisa a outra e como é interessante juntar as partes para explicar o inexplicável, alguns cristãos de consideram pentecostalistas, sem ao menos saber o que significa.

Não sei se todos sabem mas o pastor negro que encabeçou o movimento do avivamento da Azuza, o pastor Seymor, era afiliado a Convenção Batista e após ter recebido o dom da glossolalia (falar em línguas), foi expulso da Convenção.

Alguns irmãos de outras denominações, de passagem por Los Angeles, acabaram por trazer a moda do dom de línguas para outros países, inclusive para o Brasil.

Para a Igreja Católica, até pouco tempo, os cristãos, recebiam o Espírito Santo no sacramento da Confirmação ou Crisma, mas para os Renovados Carismáticos, falar em línguas faz parte do figurino da Renovação...

No meio evangélico o que mais se escuta, é a preocupação no orar em línguas estranhas, como uma necessidade básica, quando na verdade eu não tenho isso como fundamento para o pentecoste. Quando me perguntam se eu oro em línguas eu respondo: “Sim! Oro em português, espanhol e alemão”.

Anda ancontecendo a torto e direito na igreja, os avivamentos por conta própria, e é isso que temo: Que a igreja se torne ainda mais um “antro de carnalidade” e que o Senhor Jesus seja apenas mais um dos inventores de religião.

Eu não sei o que tem haver o “falar em linguas e fazer barulho” com o avivamento que a igreja precisa.

Não devemos seguir a onda, como todos fazem. Vamos nos ater em Jesus Cristo, que nos liberta de tudo o que é mal!

Ai que saudade de Lutero!!!