domingo, 28 de novembro de 2010

CAIR PELO PODER DE DEUS, REPOUSO NO ESPIRITO E AFINS...

Assisti a um vídeo de um culto em uma igreja pentecostal e unicista...
Antes da pregação, uma senhora pediu uma oração. O pastor orou e ela caiu imóvel, “pelo poder de Deus”. Eu não sabia que a igreja era pentecostal até este momento.
A pregação começou, lendo versos dos salmos, das cartas de Paulo, do profeta Jeremias. O culto estava indo bem quando o pastor começou a defender o motivo do “rir” na presença de Deus se respaldando no Salmo 5:11 “Mas regozijem-se todos os que confiam em ti;”
Depois ele ainda começou a falar em “descanso no Senhor”, da forma que a irmã no começo do culto havia estado... Daí pude entender que não se tratava mais de “cair pelo poder de Deus”, mas em “descansar no espírito”.
Até aí eu estava disposto a entender e a gostar do pastor que até então, leu umas três ou quatro palavras em hebraico, mostrando que é amigo da exegese, ou que é adepto da sola scriptura, contudo, imediatamente esse pensamento se esvaiu, pois não é possível um adepto das 5 solas, dar-se a este préstimo.
Nos próximos 20min que o vídeo segue, fechei a minha bíblia e parei de acompanhar qualquer versículo que este pastor lesse e parei de acreditar em qualquer coisa que ele dissesse. A todo momento ele falava algumas coisas em uma língua estranha, e automaticamente me lembrei de Paulo que diz em 1Cor 14:9 “Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar”. E ainda no verso 16, do capítulo 14 “De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?” em outras palavras: Como pode pois o irmão que não está entendendo bulufas que o pastor fala “em línguas”, dizer “Amém” para o que ele não entende?
Eu nunca vi Paulo falar em línguas em seu ministério. E antes que os desavisados digam: que Paulo falou “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.” 1Cor 14:18, eu já vou avisando que Paulo era bem letrado. Como ele era hebreu falava hebraico. Aos seis anos de idade os pais dele foram vendidos como escravos, e então comprados por uma família romana rica que vivia em Tarso na antiga Turquia, daí o nome Paulo de Tarso.
Por isso ele tinha também nacionalidade romana. O patrão o educou em Tarso, que tinha na época uma das melhores universidades. Ele aprendeu filosofia, dialética, jurisprudência e grego que era a língua internacional daquela época Depois, aos 20 anos voltou para a Judéia, onde já fazia um ano que Jesus tinha morrido. Ele tomou contato com cristianismo ainda no seu começo. Ele não conheceu Jesus, mas conheceu Pedro, Tiago e outros apóstolos. Quando ele se converteu passou a viajar para diversos países de línguas siríacas como Corinto, Éfeso, Tessalônica etc. Depois já aos 60 anos foi pregar em Roma, onde a língua oficial era o latim. Então, ele devia falar judaico, aramaico (língua comercial da Judéia), siríaco, turco, grego e latim. Ou seja, a menção “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos proferida por ele na carta aos Coríntios (1Cor 13:1), quer dizer que ele não falava! Ele falava no mínimo 06 línguas + alguns dialetos.
Bom, retomando as línguas pentecostais. Estas foram introduzidas na igreja com o movimento pentecostal de 1906, tão famoso na Rua Azuza, Los Angeles, estado da Califórnia e tem impregnado especificamente o meio pentecostal confundindo a sã doutrina.
Acredito que estas denominações não lêem o que o próprio Paulo escreveuO amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;” 1Cor 13:8, as profecias serão aniquiladas, as línguas cessarão e a própria ciência desaparecerá e o amor (de Cristo) esse permanece.
Bom, depois das orações em línguas, que o pastor terminou a pregação, da qual eu nem consegui me concentrar em qual o tema, veio a hora da ministração... eu fiquei horrorizado. No passado, por várias vezes pensei em visitar a essa igreja, mas já não quero mais.
Primeiro, por duas coisas: Eles, criticam o Trinitarismo, e acreditam no Unicismo, mas falam em língua igual aos que creem no Trinitarismo! Segundo eles o Espírito Santo como manifestação de Deus, concede que se fale em línguas estranhas, e no trinitarismo, o Espirito Santo, sendo Deus permite que se fale em línguas! Oras, pessoas diferentes de Deus apoiam uma atitude igual? E a interpretação? Não vi em nenhum momento deste culto, alguém interpretando nada, desobedecendo ainda a oreintação de Paulo, 1Cor 14:28 “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus”.
Os irmãos começaram a dançar, recolheram as cadeiras da igreja e transformaram-na em um salão onde todos dançavam livremente. A coisa que mais me intrigou é que todos os que queriam o batismo com o “espírito santo”, precisavam  falar em línguas, (isso o pastor quem disse), não sei porque, pois o batismo não tem nada haver com o dom de línguas, e com isso se aproximavam do pastor, que dizia umas coisas ao pé do ouvido, e iam caindo, um a um... tanto mulheres quanto homens. Em um dado momento, um senhor começou com uns “urros” como o som emitido pelas pessoas incorporando o “preto velho” da umbanda, e o pastor disse que era o batismo com o Espirito Santo! Esse rapaz foi levado ao chão e lá ficou rindo e se tremendo, como se fosse um ataque epiléptico.
Vejo aqui mais algumas contradições bíblicas: Não é devido fazer a dança dentro da igreja, tirando as cadeiras de lugar e fazendo um salão de festa. Em Habacuque 2:20 “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”. Seria talvez Deus, surdo para necessitar gritar e dançar como em um terreiro de umbanda, que se canta aos exus e erês? O som era bem parecido.
Não se observa mais 1Cor 14:33 e 40 “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.” e “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.
Essas quedas, não condizem com os ensinamentos da Palavra. Eu poderia mostrar vários versículos que mostram o real poder de Deus. Os pentecostais se apoiam em histórias do tipo que no passado houveram várias cenas em que pessoas caíram pelo poder de Deus. A Bíblia relata não mais de 11 casos de pessoas que se prostraram com rosto em terra em adoração a Deus, e não, caindo como manga madura do pé, por meio do sopro do pastor; Do contrário faz várias menções que o Espírito de Deus “Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado” (Salmos 113:7).
Tenho várias teorias para o “cair pelo poder de Deus” e sustento que jamais devemos abandonar a Bíblia, e nunca e sob nenhuma hipótese, devemos nos render a estas ciladas e feitorias pentecostalistas e mal interpretadas.
Ênfases, como o cair no Espírito, hão de surgir sempre. Não devemos nos impressionar com elas; tratemo-las com o devido equilíbrio. Pois o equilíbrio bíblico e teológico há de manter a igreja de Cristo em permanente crescimento. E o verdadeiro crescimento não extingue o Espírito, mas sabe como evitar os excessos.
Fiquei escandalizado com esta pregação, e muito preocupado com as várias quedas que lá vi, que posso garantir, que dentro de um contexto bíblico e teológico não há fundamento cristão!
É isso!

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