Um dos e-mails que recebi ontem tinha
o conteúdo inusitado, o que não acontece todos os dias, pois às vezes recebo
somente um aglomerado de xingamentos como aconteceu essa semana.
Neste e-mail, tinha uma palavra diferente
fazendo alusão a Penteca (de
Pentecostes), porque remetia a uma brincadeira de pular de um lugar para outro
com grande facilidade. A palavra é PETECA.
Li isso e achei muito engraçado,
porque ao tempo que parecia falar de uma nova seita herética, tinha uma ponta
de verdade. Todo mundo já brincou de peteca quando criança, ainda que feita com
penas de galinha caipira, e por ser uma brincadeira que cansa, uma hora a gente
precisa parar para tomar fôlego.
Conheço muita gente que conseguiu
parar, como eu parei, e conheço outras tantas que não conseguem se libertar da
“petecalice”, que aqui irei denominar – a arte de pular peteca, visto que, de
acordo com o tipo de região geográfica, tem um modo diferente de brincar:
jogando de um lado para outro, ou pulando como cabritos.
Mas como dizia, da mesma forma que Paulo,
deixei de ser menino (1Cor 13:11) – “Quando
eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino,
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de
menino ". Parei de brincar como um menino e me tornei um
homem. Passei a levar a sério assuntos relacionados a Deus. Parei de pular
de igreja em igreja, logo, parei de brincar de peteca com estes assuntos.
Aprendi a usar o termo
"penteca" como abreviatura de pentecostal, e não como uma forma de
satirizar ou ironizar os pentecostalistas – [adeptos do movimento pentecostal,
que não me animam em nada], da mesma forma que usamos
"quadranga" para dizer que alguém é Quadrangular, embora alguns deles acabem pulando de
igreja em igreja, visitando, conhecendo outras comadres e acabam parecendo
"petecas", se observarmos o quanto foram jogadas de um lugar para
outro.
O irmão que pensou isso, foi de uma
tremenda criatividade em relacionar - penteca x peteca.
Falando em brincar de peteca, posso
comentar alguns fatos com propriedade, visto que acompanho na minha família,
três irmãs que embarcaram nessa onda de "petecar" igreja... vou
chamá-las aqui, para resguardar suas identidades de "Santa Maria, Pinta
e Nina". Três embarcações!
A mais velha embarcou na "Deus
é love", depois da IUPIII, depois começou na que está hoje,
mas, já passou por três ministérios da mesma denominação, que eu chamo de "campus
pentecostais", sem contar as visitinhas de meses nas menores que nem
convém citar os nomes. Essa é a Santa Maria. É a conservadora,
ranzinza, apegada às leis [de Moisés] e vive falando da vida alheia.
Pinta, é do tipo "Maria vai com as
outras", ela sempre tem uma novidade para seguir, mas nem sempre
acredita no que está seguindo.
Um tempo ela foi "acólhita",
porque nem ser católica ela sabia. Depois passou pelas garras da IUPIII,
(aquilo parece um clube, quem chegar com dinheiro para o ingresso entra);
Depois visitou de soslaio a igreja dos prodígios, isso porque outro
irmão, o Cristo-vão da Grana (que sempre descobre os
lugares "nunca dantes navegados") a levou para lá da, mesma
forma que levou para a malaquiana chefe, e agora um tio, conseguiu
arrastá-la sem fazer força para uma missão
internacional - onde ninguém fala inglês ou outro idioma qualquer, além da línguas
dos anjos pois, afinal, Maria vai
sempre com as outras.
Nina já é mais calma, porém nada convertida!!! É a caçula das
três embarcações.
Tudo começou na santa madre, depois
desandou e foi parar em
uma Igreja Batista , destas que copia os costumes americanos
dos batistas moderninhos, porém das piores era a melhor, pois não
tinha um gazofilácio e nem um alforje, usavam a Bíblia Fiel, e não tinham o
sedento desejo de ser a única salvadora. Mas como o que é bom sempre acaba logo, o
pastor dessa igreja teve um surto de biblice (para não falar
loucura), e teve um contato extraterreno com Deus, e neste contato ele
teve um input de Isaías 61:8 "portanto, firmarei em verdade
a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles", e isso fez com
que ele se tornasse membro de uma igreja que tem uma Universidade da Família, a
qual oferece curso para tudo, desde "como ensinar a gastar o seu
dinheiro", a "casamentos infinitos". Reuniram-se quatro
ministérios (Christian Men's Network, Family Foundations International, Growing Families International
e Crown Financial
Ministries) e formaram uma só instituição, que modestamente
chamam de igreja, pois essa coisa internacionalizada está na moda!
Foi nessa onda de casamento infinito,
que o dela - Nina, está pela hora do fim. Parece-me que o curso
superior em casamento não foi tão eficiente. Eu nunca tinha visto uma
igreja com uma universidade em que o vestibular é a sua
filiação ao templo.
Hoje, assim como Pinta, Nina adentrou a
missão internacional, mas não vão às
terças-feiras, porque é dia de doutrina, e Nina, não quer parar de fumar. Se
for, certamente vai ouvir o pastor ensinar que precisa deixar o
cigarro senão vai queimar no fogo do inferno, e por isso não vai,
porque ela não gosta de ser desapontada e não quer ter a consciência pesada,
pois “aquilo que os ouvidos não ouvem, a
consciência não acusa”!
Bom, é isso!
Sátiro Souza
Maio de 2009, 15.
Nenhum comentário:
Postar um comentário