segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Santa Maria, Pinta e Nina x Peteca

Um dos e-mails que recebi ontem tinha o conteúdo inusitado, o que não acontece todos os dias, pois às vezes recebo somente um aglomerado de xingamentos como aconteceu essa semana.

Neste e-mail, tinha uma palavra diferente fazendo alusão a Penteca (de Pentecostes), porque remetia a uma brincadeira de pular de um lugar para outro com grande facilidade. A palavra é PETECA.

Li isso e achei muito engraçado, porque ao tempo que parecia falar de uma nova seita herética, tinha uma ponta de verdade. Todo mundo já brincou de peteca quando criança, ainda que feita com penas de galinha caipira, e por ser uma brincadeira que cansa, uma hora a gente precisa parar para tomar fôlego.

Conheço muita gente que conseguiu parar, como eu parei, e conheço outras tantas que não conseguem se libertar da “petecalice”, que aqui irei denominar – a arte de pular peteca, visto que, de acordo com o tipo de região geográfica, tem um modo diferente de brincar: jogando de um lado para outro, ou pulando como cabritos.

Mas como dizia, da mesma forma que Paulo, deixei de ser menino (1Cor 13:11) – “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino ". Parei de brincar como um menino e me tornei um homem. Passei a levar a sério assuntos relacionados a Deus. Parei de pular de igreja em igreja, logo, parei de brincar de peteca com estes assuntos.

Aprendi a usar o termo "penteca" como abreviatura de pentecostal, e não como uma forma de satirizar ou ironizar os pentecostalistas – [adeptos do movimento pentecostal, que não me animam em nada], da mesma forma que usamos "quadranga" para dizer que alguém é Quadrangular, embora alguns deles acabem pulando de igreja em igreja, visitando, conhecendo outras comadres e acabam parecendo "petecas", se observarmos o quanto foram jogadas de um lugar para outro.
O irmão que pensou isso, foi de uma tremenda criatividade em relacionar - penteca x peteca.

Falando em brincar de peteca, posso comentar alguns fatos com propriedade, visto que acompanho na minha família, três irmãs que embarcaram nessa onda de "petecar" igreja... vou chamá-las aqui, para resguardar suas identidades de "Santa Maria, Pinta e Nina". Três embarcações!

A mais velha embarcou na "Deus é love", depois da IUPIII, depois começou na que está hoje, mas, já passou por três ministérios da mesma denominação, que eu chamo de "campus pentecostais", sem contar as visitinhas de meses nas menores que nem convém citar os nomes. Essa é a Santa Maria. É a conservadora, ranzinza, apegada às leis [de Moisés] e vive falando da vida alheia.

Pinta, é do tipo "Maria vai com as outras", ela sempre tem uma novidade para seguir, mas nem sempre acredita no que está seguindo.
Um tempo ela foi "acólhita", porque nem ser católica ela sabia. Depois passou pelas garras da IUPIII, (aquilo parece um clube, quem chegar com dinheiro para o ingresso entra); Depois visitou de soslaio a igreja dos prodígios, isso porque outro irmão, o Cristo-vão da Grana (que sempre descobre os lugares "nunca dantes navegados") a levou para lá da, mesma forma que levou para a malaquiana chefe, e agora um tio, conseguiu arrastá-la sem fazer força para uma missão internacional - onde ninguém fala inglês ou outro idioma qualquer, além da línguas dos anjos pois, afinal, Maria vai sempre com as outras.

Nina já é mais calma, porém nada convertida!!! É a caçula das três embarcações.

Tudo começou na santa madre, depois desandou e foi parar em uma Igreja Batista, destas que copia os costumes americanos dos batistas moderninhos, porém das piores era a melhor, pois não tinha um gazofilácio e nem um alforje, usavam a Bíblia Fiel, e não tinham o sedento desejo de ser a única salvadora. Mas como o que é bom sempre acaba logo, o pastor dessa igreja teve um surto de biblice (para não falar loucura), e teve um contato extraterreno com Deus, e neste contato ele teve um input de Isaías 61:8 "portanto, firmarei em verdade a sua obra; e farei uma aliança eterna com eles", e isso fez com que ele se tornasse membro de uma igreja que tem uma Universidade da Família, a qual oferece curso para tudo, desde "como ensinar a gastar o seu dinheiro", a "casamentos infinitos". Reuniram-se quatro ministérios (Christian Men's Network, Family Foundations International, Growing Families International e Crown Financial Ministries) e formaram uma só instituição, que modestamente chamam de igreja, pois essa coisa internacionalizada está na moda!

Foi nessa onda de casamento infinito, que o dela - Nina, está pela hora do fim. Parece-me que o curso superior em casamento não foi tão eficiente. Eu nunca tinha visto uma igreja com uma universidade em que o vestibular é a sua filiação ao templo.

Hoje, assim como Pinta, Nina adentrou a missão internacional, mas não vão às terças-feiras, porque é dia de doutrina, e Nina, não quer parar de fumar. Se for, certamente vai ouvir o pastor ensinar que precisa deixar o cigarro senão vai queimar no fogo do inferno, e por isso não vai, porque ela não gosta de ser desapontada e não quer ter a consciência pesada, pois “aquilo que os ouvidos não ouvem, a consciência não acusa”!

Bom, é isso!

Sátiro Souza
Maio de 2009, 15.

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