Dizimo: O engano cavalgando a verdade

Esta semana entrei em um ônibus, que infelizmente não estava lotado, pois quando está lotado, a gente pode fingir que não viu pessoas indesejadas...

Cheguei ao terminal Metropolitano de Piraporinha em Diadema, e dei de cara com uma senhora, antiga dizimófila, que já começou a puxar assuntos da igreja, e mesmo que eu quisesse desviar dos assuntos, todos os outros, davam lá: na igreja. Ela estava disposta a conversar. Mal sabia ela que eu não estava para papo!

A irmã começou a falar da bondade de Deus e eu comecei a concordar com ela, achando que logo ela fosse parar e ficar calada. Lego engano! Ela começou a falar da sua igreja e de seus propósitos bem sucedidos.

Teve um momento que não me contive e questionei se ela havia conseguido tal “benção” fazendo votos na igreja, e ela me respondeu com toda a certeza, que Deus havia honrado os seus pedidos “por causa dos votos que fez”, e que muita gente precisava ainda conhecer a palavra, para que Deus pudesse honrá-las. Isso me soou como uma alfinetada, ou como uma afronta...

Confesso que por um momento tentei suportar, mas não fui tão forte como Jó, tive de destilar um pouco de “veneno”.

Soltei a alfinetada: Verdade irmã! Tem muita gente precisando estudar a Bíblia, de preferência a versão Fiel, Trinitariana, e mais do que ler, é estudá-la sem visar lucro algum, somente por amor à Palavra de Deus, pela qual seremos todos julgados (João 12:48).

Pois lendo a palavra de Deus, descobri que posso falar sobre qualquer assunto, sem ser apedrejado. Mas, quando falo contra o Dízimo, os pastores (que não poderiam sobreviver sem essa aberração contra o NT), ou os irmãos bitolados ficam ouriçados e logo começam a me apedrejar.

Quando me filiei a uma Igreja Evangélica, após ter militado por 17 anos no Catolicismo Romano,  havia lido o NT nada menos de 30 vezes. Por isso, nenhum pastor conseguiu fazer minha cabeça e isso é terrível para a classe! Principalmente dos discípulos de Agostinho de Hipona, partidários do Reconstrucionismo. Por que os pastores nunca leem nem citam Gálatas no púlpito?

A resposta é óbvia, irmã: Paulo condena ostensivamente quem segue qualquer mandamento da Lei de Moisés e os profetas (Gálatas 3:10), liquidando o assunto com Gálatas 5:14.

Ela tentou retrucar que é a “Lei do Senhor em Malaquias 3:10”! E rapidamente continuei com o meu sermãozinho:

- Irmã, a Lei e os profetas duraram até João... Jesus disse isso. 

Ser cristão é amar ao próximo e ler a Bíblia diariamente, a fim de crescer na graça e no conhecimento de Cristo, sem jamais tentar se aproveitar de um só versículo sagrado para crescer na vida material, deve ser o nosso papel.

Penso irmã, que todo pastor deveria ter um emprego, pois assim poderia servir melhor a causa de Cristo, sem qualquer sentimento egoísta... Só por amor às ovelhas, porque conheço alguns destes...

A Bíblia respalda qualquer heresia, dependendo da ambição de quem a lê. E qual o pastor que iria desprezar um bom dízimo, se é da ingenuidade bíblica dos membros de suas igrejas que eles conseguem sobreviver?

Ao contrário do que imaginam alguns "dizimófilos", gosto de estudar a Bíblia! E já o fazia regularmente, mesmo antes de ter cursado um bom Curso de Teologia, e não é algo dogmático e encucático das igrejas de então, mas a Teologia Sistemática, que é imparcial e totalmente voltada para a verdade pura e crua.

Infelizmente, se os pastores de hoje, conseguissem ler a Bíblia King James (Versão Autorizada de 1616) já seria suficiente, pois é a versão mais próxima da perfeição que existe, e estariam livres desse engodo que cavalga a verdade, e tentam extrair a ultima gota refinada de sanidade (ou de dinheiro) de seus seguidores.

A irmã, ficou muda. Das duas uma: Ou ela não entendeu nada do que eu disse, ou me achou um idiota herege, blasfemo e foi orar por mim. Espero que tenha sido a segunda opção, pois Deus escolhe as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias... (1Cor 1:27).

Foi isso!