Foto: Gladiadores do Altar, postada no Facebook pela Igreja Universal do Ceará – Reprodução |
Esta
semana recebi algumas mensagens comentando sobre um grupo de
"soldados" que a Igreja Universal do Reino de Deus criou, chamados de
"Gladiadores do Altar", cujo propósito está obscuro para mim e a
necessidade mais ainda.
Eu
teria muitas teorias de conspiração para falar sobre essa igreja, mas com isso
iria perder muito tempo, porque ela simplesmente não merece tanto.
Eu
assisti a um vídeo em que pessoas vestidas com trajes parecidos os dos militares
marcham adentrando um de seus templos, fazem uma oração, em forma de "grito
de guerra", e quando ao final o líder pergunta o que eles desejam, eles apontam
para frente com o mesmo cumprimento nazista "Heil Hitler", - com uma única diferença que apontava apenas um
dedo (o indicador) para frente, deixa o polegar como se encontra, e dobra
ligeiramente para baixo os outros três dedos, e a palma da mão para baixo da mesma
forma que o Führer fazia.
Estão
a três dedos do nazismo! Não quero aqui defender o criticar o nazismo ou
qualquer que seja a facção ou organização, mas quero falar sobre esses
gladiadores, que talvez façam mais mal que o próprio nazismo porque aqui estão
falando em nome de um Deus que abomina o que eles fazem.
Esses
gladiadores, a meu ver, são mais do mesmo!
Sempre
que a Universal está em baixa ela sai com novidades. Tenho lido por estes dias que a igreja Waldomiriana está mais à frente com seus
milagres e curas e com isso a iurd com
sua teologia da prosperidade (apenas! rs) ficou um pouco apagadinha.
Aconteceu
algo parecido em 1995 quando aquele bispo chutou a imagem de uma santa
católica, o que me dá a entender que é mais um golpe de marketing da igreja
para se manter na mídia. Quando você escuta algumas pregações da Igreja Mundial
do Poder de Deus (IMPD) pela TV, consegue ver o apóstolo ou bispo se queixando
da igreja vizinha, que está "fazendo isso, fazendo aquilo", para
tentar prejudicá-la, em uma tentativa suja de passar a outra para trás.
Mas
e se não for?
Eu
já consigo ver um massacre religioso no país!
Primeiro
começa com uma bancada evangélica querendo impor seu conceito de certo e errado
a todo o Estado laico.
Agora,
esses gladiadores, que ao que parece, querem de fato "degladiar" com
as outras religiões, mais especificamente aquelas que nasceram de cultura afro,
como se eles cultuassem ao diabo, apenas por que tem um outro Deus, ou outra divindade
como suprema.
Está
havendo um extremismo religioso no Brasil, assim como tem havido na política,
em que as religiões ditas cristãs, não tem tolerado o espaço de outras
religiões que não professam a mesma fé.
Com
os meus olhos podres, já consigo enxergar daqui há pouco tempo, um genocídio
inevitável em que um poder religioso proíbe, massacra, e caça a todos aqueles
que tem uma fé diferente alimentada por outra sangria de cultura.
A
insígnia que esses "gladiadores" usam, incitam a batalha, tem uma espada trespassada
a um escudo, e com o lema "prontos para a batalha", em que ameaçam a
liberdade religiosa e intimida pessoas que não estão inseridas neste contexto.
Esse
fundamentalismo religioso, nem de longe imita o que é pregado pelo fundamentalismo
cristão que vive as "cinco solas" Sola
fide (somente a fé), Sola scriptura (somente a Escritura), Solus Christus
(somente Cristo), Sola gratia (somente a graça), Soli Deo gloria (glória
somente a Deus), que até então tem vivido em seu mundinho fechado, de uma
fé intolerante porém genuína, e que não mexe com quem está quieto. Esta fé tem
sido vivida pelos batistas (moderninhos ou não) e presbiterianos e luteranos. E
talvez por este motivo, tem sido tão tolerados.
Isso
que esse exército está fazendo é considerado uma afronta ao direito de
acreditar no Deus que lhe convém.
A
frase mais intrigante que ouvi no seu grito de guerra foi um trecho de uma
carta de Paulo a Timóteo “combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2Tm 4:7), como se fosse o lema
desse grupo de "soldados".
Me
faz perder o sono, saber que tem pessoas se dando a este préstimo, de
dedicar-se a degladiar em uma
militância, contra a fé de outras pessoas, que tem um histórico de vida
totalmente diferente e que comunga de uma crença oposta.
Temo
que futuramente esse fanatismo religioso, nos impeçam de dizer o que pensamos,
de acreditar em quem cremos, porque nem de longe esse povo, representa a
vontade de Deus!
Esse
deus que essa igreja prega está bem longe de ser aquele Deus de amor e bondade
que a bíblia deles relata que existe.
Isso
é uma afronta a fé, e mais uma forma de levar o povo ao engodo, e mais uma vez ao
inferno, em nome de Deus.