terça-feira, 31 de março de 2015

GLADIADORES DO ALTAR: MATAR EM NOME DE DEUS?

Foto: Gladiadores do Altar, postada no Facebook pela Igreja Universal do Ceará – Reprodução
Esta semana recebi algumas mensagens comentando sobre um grupo de "soldados" que a Igreja Universal do Reino de Deus criou, chamados de "Gladiadores do Altar", cujo propósito está obscuro para mim e a necessidade mais ainda.
Eu teria muitas teorias de conspiração para falar sobre essa igreja, mas com isso iria perder muito tempo, porque ela simplesmente não merece tanto.
Eu assisti a um vídeo em que pessoas vestidas com trajes parecidos os dos militares marcham adentrando um de seus templos, fazem uma oração, em forma de "grito de guerra", e quando ao final o líder pergunta o que eles desejam, eles apontam para frente com o mesmo cumprimento nazista "Heil Hitler", - com uma única diferença que apontava apenas um dedo (o indicador) para frente, deixa o polegar como se encontra, e dobra ligeiramente para baixo os outros três dedos, e a palma da mão para baixo da mesma forma que o Führer fazia.
Estão a três dedos do nazismo! Não quero aqui defender o criticar o nazismo ou qualquer que seja a facção ou organização, mas quero falar sobre esses gladiadores, que talvez façam mais mal que o próprio nazismo porque aqui estão falando em nome de um Deus que abomina o que eles fazem.
Esses gladiadores, a meu ver, são mais do mesmo!
Sempre que a Universal está em baixa ela sai com novidades.  Tenho lido por estes dias que a igreja Waldomiriana está mais à frente com seus milagres e curas e com isso a iurd com sua teologia da prosperidade (apenas! rs) ficou um pouco apagadinha.
Aconteceu algo parecido em 1995 quando aquele bispo chutou a imagem de uma santa católica, o que me dá a entender que é mais um golpe de marketing da igreja para se manter na mídia. Quando você escuta algumas pregações da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD) pela TV, consegue ver o apóstolo ou bispo se queixando da igreja vizinha, que está "fazendo isso, fazendo aquilo", para tentar prejudicá-la, em uma tentativa suja de passar a outra para trás.
Mas e se não for?
Eu já consigo ver um massacre religioso no país!
Primeiro começa com uma bancada evangélica querendo impor seu conceito de certo e errado a todo o Estado laico.
Agora, esses gladiadores, que ao que parece, querem de fato "degladiar" com as outras religiões, mais especificamente aquelas que nasceram de cultura afro, como se eles cultuassem ao diabo, apenas por que tem um outro Deus, ou outra divindade como suprema.
Está havendo um extremismo religioso no Brasil, assim como tem havido na política, em que as religiões ditas cristãs, não tem tolerado o espaço de outras religiões que não professam a mesma fé.
Com os meus olhos podres, já consigo enxergar daqui há pouco tempo, um genocídio inevitável em que um poder religioso proíbe, massacra, e caça a todos aqueles que tem uma fé diferente alimentada por outra sangria de cultura.
A insígnia que esses "gladiadores" usam,  incitam a batalha, tem uma espada trespassada a um escudo, e com o lema "prontos para a batalha", em que ameaçam a liberdade religiosa e intimida pessoas que não estão inseridas neste contexto.
Esse fundamentalismo religioso, nem de longe imita o que é pregado pelo fundamentalismo cristão que vive as "cinco solas" Sola fide (somente a fé), Sola scriptura (somente a Escritura), Solus Christus (somente Cristo), Sola gratia (somente a graça), Soli Deo gloria (glória somente a Deus), que até então tem vivido em seu mundinho fechado, de uma fé intolerante porém genuína, e que não mexe com quem está quieto. Esta fé tem sido vivida pelos batistas (moderninhos ou não) e presbiterianos e luteranos. E talvez por este motivo, tem sido tão tolerados.
Isso que esse exército está fazendo é considerado uma afronta ao direito de acreditar no Deus que lhe convém.
A frase mais intrigante que ouvi no seu grito de guerra foi um trecho de uma carta de Paulo a Timóteo “combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (2Tm 4:7), como se fosse o lema desse grupo de "soldados".
Me faz perder o sono, saber que tem pessoas se dando a este préstimo, de dedicar-se a degladiar em uma militância, contra a fé de outras pessoas, que tem um histórico de vida totalmente diferente e que comunga de uma crença oposta.
Temo que futuramente esse fanatismo religioso, nos impeçam de dizer o que pensamos, de acreditar em quem cremos, porque nem de longe esse povo, representa a vontade de Deus!
Esse deus que essa igreja prega está bem longe de ser aquele Deus de amor e bondade que a bíblia deles relata que existe.

Isso é uma afronta a fé, e mais uma forma de levar o povo ao engodo, e mais uma vez ao inferno, em nome de Deus.