terça-feira, 15 de novembro de 2011

DEMOCRACIA OU BABILÔNIA?

Hoje, 15 de Novembro, é o feriado dedicado a Proclamação da República! Este feriado, tem muito haver com nossa história, porque automaticamente nos remete ao regime de governo, a democracia, a liberdade etc.
Tenho uma opinião muito forte quando falo de democracia, e associo a Babilônia, e por isso sou visto com maus olhos por muita gente. No contexto histórico, a Babilônia foi  capital da Acádia no sul da Mesopotâmia, onde hoje é chamada de Iraque, próximo a Bagdá, o nome vem de “Babilu”, que significa “porta de Deus”,  e os judeus fizeram-nos acreditar que vem do hebraico, “Babel” que quer dizer “confusão”, o que nos faria acreditar por exemplo que a Torre de Babel será a “Torre da Confusão”, ou a “Torre da Babilônia”, fundada a cerca de 1950 aC.
O rei Nabucodonosor II, que governou a Babilônia em cerca de 632 a.C., defendeu a idéia de que tudo era permitido, e desde essa época iniciou-se a modalidade Democracia. (o que acontece é que as pessoas o confunde com Nabucodonosor I que governou a mesma cidade cerca de 1132 a.C., e que foi o Nabucodonosor da Bíblia). Por fim, a alusão democrata, veio de antes de Cristo, e o direito de falar o que se pensa sempre foi mal aceito por todos, porque o ser humano é influenciado com muita facilidade, e a democracia remete o ser humano, a comprar a idéia de outro que tenha aparentemente condições psíquicas e motivadoras, quer seja para o bem ou para o mal.
Jesus por exemplo foi um democrata nato, ao tempo que foi um revolucionário que defendeu a sua crença, e instaurou um governo de paz e liberdade religiosa, respeitando e aceitando a todos, com princípios éticos e morais concomitantemente.
Jesus também teve seus motivos e ideologias, da mesma forma que Buda, Ghandi, Martin Luter King e todos aqueles que lutaram por um ideal, ou uma filosofia de vida.
Deixando de lado um pouco o contexto histórico, o que tento mostrar com isso, é que hoje quando escuto de um lado da rua, um grupo evangélico cantando sua música e louvando à sua maneira, do lado um grupo de pagode, esfolando os seus pandeiros e na rua de baixo, um grupo de funkeiros, rebolando até o chão, eu fico fascinado como o poder da democracia iniciado por Nabucodonosor II, tem dado certo!
Começo a fazer alusões imediatas a nossa Constituição Federal, que nos prevê direito de culto, e de expressão do sentimento, que é recriminada por quase todos os credos e grupos sociais. Em tese, os grupos sociais que pertencemos são um pouco inconstitucionais¹, porque não nos submetemos a lei maior do país que vivemos, a Constituição Federal, promulgada pelo povo e para o bem estar e convivência social do próprio povo.
A igreja tenta mostrar que somente a sua verdade é certa – mas é BURRA, porque toda imposição é burra e cega, enquanto o Funk, ou os movimentos hippies talvez tentem mudar o mundo, achando que somente eles estão corretos, não com a mesma dimensão da igreja, - o que não faz menos BURROS; O pessoal dos movimentos abertos que tentam mostrar que também estão certos com suas filosofias de vida, IDEM.
Todo esse conjunto traz a tona o pensamento que todos tem direito de fazer e falar o que pensam, de lutar e defender o que acredita, sem ser taxados de incrédulos, de fanfarrões ou de hereges. Eu fico cada vez mais feliz quando vejo que cada um em seu espaço tem o desejo de mostrar o quanto é certo e o quanto é feliz. Isso é democracia.
Olhando com os olhos teológicos para essa situação, chamo isso de democracia. Enquanto a igreja, que deveria ser a mãe do aspecto teológico, chama de Babilônia, porque a Bíblia interpreta dessa forma.
A hermenêutica tem um ponto de vista muito falho quando fala da Babilônia como uma entidade que aprisiona os verdadeiros filhos de Deus, e não se atenta ao fato histórico de que a Babilônia é a que abriu as portas para a liberdade de expressão e de pensamento, e que se talvez Nabuco (já sou íntimo rs) que simbolicamente abriu os olhos de todos para fazerem o que acham que é certo, e depois de cerca de 2500 anos da era Cristã, não instaurasse uma tal de Democracia, que deu o direito ao ser humano de ser livre em pensamento, e louvar a quem acreditasse, e estabelecesse ética e moral a uma sociedade evoluída, talvez nem a própria igreja teria força de pregar o seu evangelho.
Eu me refiro à ética como “o limite do bem estar” – que faz o ser humano conviver com o outro, sem extrapolar as barreiras do bom censo, fazendo com que ambos vivam harmoniosamente entre si, e moral, - “o que te faz bem, e o outro aquém!” Ou seja, não respeita os limites, e acaba impondo respeito sob seu ponto de vista e crença.
Com isso, concluo que vivemos em uma babilônia, pois precisamos ser democráticos, e que a igreja é inconstitucional, porque vai de encontro à liberdade de crença impondo os seus conceitos e crenças a todos os demais, quando condena e pecaliza tudo o que não é de seu catecismo.
Em tempo: a religião critica toda forma de “inquisição” e se torna inquisidora dos métodos de crença do povo de Deus, tomando Deus para si, e fazendo-O, objeto de salvação para aqueles que freqüentam templos feitos por mãos humanas, como se Deus estivesse lá².
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¹Que vai contra a Constituição. Fora da Lei
² Alusão a citação de Atos 17:24 “sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
Atos 17:24”