segunda-feira, 25 de julho de 2011

Última Aventura Pentecostal

Hoje, dei continuidade as minhas visitas às boates pentecas, imitando a “mamie alemã”, e fiquei estarrecido com o que ouvi. Visitei a igreja onde meu tio é pastor, sua esposa é missionária (sem nunca ter saído da cidade), os seus dois filhos são presbítero e profeta. Isso mesmo, profeta!
Sai de lá com o coração totalmente dilacerado, por ter ouvido três sessões de revelação em menos de duas horas de culto, uma pregação mais ou menos bíblica e uma tacada de dizimologia, que eu acreditava que haviam se libertado há algum tempo.
Além de pentecostais avivados eles tem um pouco de igreja-futurista, pois acreditam em uma nova Jerusalém aqui na terra antes do arrebatamento da igreja, ou seja: os cristãos, devem a todo tempo, viver em uma Nova Jerusalém, sem nenhum tipo de dificuldades, ou de problemas e isso os tornam diferentes dos demais seres humanos, excluídos dos problemas sociais que acometem a população mundial.
Os hinos são totalmente avivados, com direito a dancinhas e coreografias novaerenses e a cada momento, um irmão ou membro tem a oportunidade de falar, e é neste momento que infelizmente eles pecam mais, não no sentido de “pecado” propriamente dito, mas porque os irmãos que vão até o púlpito falar, falam de algo que não conhecem, dão testemunhos que nem sempre são verdadeiros, cantam hinos heréticos e são acompanhados ao batuque de uma bateria totalmente desritmada e de som estridente dentro de um cubículo de poucos metros quadrados.

O pastor da noite, que nunca foi a um seminário teológico pregou João 8:44, contou suas experiências na macumba e dos truques que usava para enganar pessoas. Só falhou quando ao falar dos seus propósitos, incitou a “ida ao monte” como sinal de renascimento espiritual, e afirmando que este monte é a Jerusalém terrestre. Confesso que esta parte eu não entendi, pois de acordo com Mateus 23:37, Jerusalém é a cidade que mata os profetas, e apedreja os que são enviados, contudo, não posso negligenciar o fato de que estes lugares, que os “crentes” visitam, são lugares de extremo pavor e de índole duvidosa, mas ele falou no sentido de ser um lugar santo [??]. Há pessoas que contam coisas que viram e ouviram neste monte, cavalos voadores, almas de falecidos, vozes ecoantes, árvores que pegam fogo e sinceramente este seria o último lugar que Deus escolheria para ser a sua habitação. “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz...”  1Cor 14:33.

Em um dado momento, uma criança de no máximo quatorze anos, nomeado “profeta”, teve a oportunidade e foi neste momento que desejei sair porta afora. Ele pegou a sua bíblia de estudo em letra gigante, e bem por alto, leu I Reis 18:21, relatando a história de Elias e os profetas de Baal. Tudo ia bem até o momento que ele misturou com a história de Moisés e o Mar Vermelho, que eu juro que tentei, mas não conseguir entender onde ele queria chegar, pois foram fatos isolados, e épocas totalmente distintas, a época em que Moises rumo a Canaã, a terra prometida no êxodo [saída] do Egito, abriu o Mar Vermelho e Elias que viveu após a morte de Davi, disputou sozinho contra os 450 profetas de Baal, para provar que somente o SENHOR era Deus, fazendo descer fogo do céu. Ao mesmo tempo, entrou na história das pedras dos mandamentos, e se perdeu na quantidade de pessoas que esperavam por Moisés na descida do monte [ele não soube dizer que era Sinai] e na quantidade de dias que Moisés ficou orando até que Deus lhe entregasse as tábuas da lei, escritas com SEU dedo (Êxodo 31:18).

Chegou uma hora que era necessário que todos se levantassem e fossem à frente receber a benção dos “membros da fé”, copiando uma enigmática mania que a IURD tem de fazer um corredor de pastores a orar pelos fiéis, pois a benção coletiva é muito maior que a individual. Neste corredor cada um dos transeuntes, recebia um toque de um ou de todos os ungidos e o pastor colocava a mão sobre a cabeça abençoando cada pessoa. Me recusei a ir, talvez por preconceito, ou ignorância mesmo, pois vi que as pessoas que estavam abençoando eram totalmente despreparadas para as tais posições.

Colocando na balança toda esta aventura, a última do mês de abril, tive uma grande decepção, ou desilusão com a minha descoberta.

Temos visto e lido muita coisa sobre igrejas emergentes, papistas, avivamento e pentecostalismo, e sinceramente o que me deixou mais preocupado nem foi a onda de heresias que eles poderiam pregar, mas a falta de preparação para estarem no altar pregando. Ainda que haja leitura da Bíblia e compreensão de todo o sermão, é necessário ter o mínimo de instrução, para não misturar alhos com bugalhos e não ludibriar os coitados expectadores destes shows pentecostais, mesmo sem ter intenção.
Esta igreja que tem nome de Missão Internacional, (destes campus que universidades pentecostais tem pelo país afora) além de malaquiana maquiada de penteca-de-garagem, não representa um perigo à sã doutrina, mas à igreja em si, pois a falta de informação, de instrução e preparação teológica dos pastores, leva os fiéis ao fanatismo que gritam “glorias e aleluias”, a todo momento, sem ao menos entender de que o pastor está falando, mas apenas por acreditar cegamente em tudo o que ele diz e que está seguindo ao SENHOR. 

Crente de meia tigela

Recebi na tarde de ontem o e-mail malcriado de uma peStecostal fanática, no qual ela me chamava de atribulado, de perturbado, de crente de meia tigela, dizendo que eu estava com um mal na minha vida, e que no fundo eu só ia para a igreja para ver os defeitos deles.
Me contive para não dar todas as respostas que fossem possíveis e impossíveis de se imaginar. Contei até três, respirei fundo e me lembrei de Tiago 1:20: "Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus".
Hoje, com mais calma, responderei a esta afronta infame, sem ressentimentos e sem mágoa, pois o Senhor iria ficar ainda mais decepcionado comigo, se eu guardasse qualquer rancor dos meus irmãos.
A começar: Atribulado = quem sofre de tribulação
Atrobulador = Quem causa tribulação!
Isso eu sou mesmo. Gosto de causar tribulação, a partir do momento que o evangelho de Cristo é usado para separar os "perfeitos demais" dos menos perfeitos, eu já corro e recito Gálatas 3:28 - "não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" . Não me acho melhor e nem pior que ninguém e até evito esses crentes que se acham santos demais, pois no fundo eles se acham tão perfeitos que evitam pessoas que não são do seu habitat, o que eu considero uma falta de respeito e uma acepção de pessoas - "Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado" Tiago 2:9.
Acho uma tremenda hipocrisia subir ao palco da igreja  para dar um testemunho e dizer: "saúdo a amada igreja com a paz do senhor: Amém?". Tenho dois fundamentos para criticar essa saudação:
- Primeiro: Cristo não veio trazer paz ao mundo, mas a espada! (Mateus 10:34);
- Segundo: Se o irmão não tem em si, como vai dar paz para os outros? Cristo deu a paz aos apóstolos porque Ele tinha paz para fazê-lo, e na Bíblia as únicas pessoas que deram paz às igrejas foram: Jesus nos evangelhos de Lucas e João (Lc 24:36; Jo 20:19; Jo 20:21; Jo 20:26), Paulo, escrevendo aos Romanos e aos Coríntios (Rm 16:20; 1Cor 1:3; 2 Jo 1:3; e no livro do Apocalipse de João 1:4, saudando as sete igrejas da Ásia, e como sabemos tanto Paulo quanto Jesus tinha paz para dar. E não vejo hoje tantos irmãos com a mesma santidade de Paulo para fazer igual. Nisso eles querem imitar a Paulo, mas não o imitam da mesma forma que Paulo imitava a Cristo, e manda imitar aqueles que pela fé e paciência herdam as promessas (1 Cor 11:1 e Hebreus 6:12) e não superficialmente como estes crentes dizem que imitam.
Me chamaram perturbado!
A Teologia da Prosperidade [da qual não sou adepto] delega todos os problemas ou fracassos dos cristãos enganados aos demônios.
Atribuem a Satanás todas as causas do que acontece de ruim ao cristão, quer seja uma topada com o dedo na quina do móvel da sala ou à desgraça com um automóvel em que morre uma pessoa, tirando de Deus o poder de ser o Senhor da Vida e da Morte e responsabilizando os demônios por tudo.
Neste ponto sou perturbado sim, porque me perturba e me incomoda ouvir tanta heresia, mentirada e falcatrua de um altar que deveria sair somente palavras de edificação e palavras de vida. Mas eu penso que sou perturbador e não perturbado, pois eu mexo na ferida, e revelo os podres que existem dentro dessas igrejas que se dizem do Senhor, e no fundo não passam de grupos de enganadores, que pregam o engodo aos que não batalham pela fé que uma vez foi dada aos santos (Judas 1:3).
E por fim me chamaram de crente de meia-tigela!

Errado! Eu sou crente de tigela cheia!!! O conceito de crente é muito vago, pois crente é todo o que crê em algo ou alguma coisa, e penso que crer em Deus não é acreditar em alguma coisa. ACREDITAR em DEUS é mais do que ser somente "crente" eu sou mais do que isso, eu sou FILHO DE DEUS.
Eu já sei por que incomodo tanto: As pessoas não estão prontas para ouvir falar de seus defeitos, porque estas igrejas, em geral pentecostalistas, não admitem que são falhas e caem no mesmo erro do catolicismo em achar que podem ser santos e pecadores ao mesmo tempo; caem no erro das revelações, da dizimofilia, dos batismos com línguas estranhas (e bota estanhas nisso!!!); caem no erro do avivamento, avivando-se  mais do que deveriam.
Esses crentes que se acham demasiadamente certos não são capazes de admitir seus erros e se consideram mais salvos, fazendo com que o evangelho de Cristo seja menos importante que as doutrinas de homens.
Eu não sou um crente como esses que existem por aí, que não pode isso - não pode aquilo, e fazem questão de mostrar aos irmãos que estão sob um regime de homens. Não podem comer isso - não podem comer aquilo, porém se esquecem do principal, o amor ao próximo, e de Colossenses 2:8. Andam com roupas características, mas esquecem de dar testemunho de vida; andam com os nomes no Serviço de Proteção ao Crédito e são péssimos vizinhos; fazem compromissos que não podem honrar e aos domingos gritam, em alto e bom tom, que são crentes e que servem a Deus.
Não sou e nem quero ser um crente desse tipo! Não sou preso a nenhuma religião, dogma, ou leis de homens, porque o amor de Cristo me libertou; portanto não sou mais escravo, sou um Cristão Livre, (João 8:32). Conheci a única verdade, capaz de libertar, diferente de tantas igrejas que julgam conhecer a verdade e não são capazes de se libertarem do jugo da servidão de mandamentos judaicos e de ensinamentos totalmente equivocados, baseados em versículos isolados e fora do contexto da época, aprisionando-os à Lei de Moisés, ou melhor a fragmentos da Lei, pois não são capazes de distinguir a dispensação judaica da dispensação da graça!
Paulo nos dá um sábio conselho em, 1 Cor 7:23: "Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens". Por que eu não o seguiria? Minha igreja é a Bíblia e meu pastor é Jesus. Assim como Jesus, eu não tenho religião.

Ah! E quanto ao fato de ir à igreja para ver os defeitos dos outros, não tenho culpa se os indoutos, interesseiros e aproveitadores e desinformados da Teologia ocupam os púlpitos para falar do que não conhecem ou não sabem. Não sou culpado pelos pastores corrompidos pela ganância e pelo dinheiro, fazendo com que o púlpito seja um negócio, feito para ludibriar, como se fossem maus vendedores de um produto barato com efeitos colaterais irreversíveis.